Num mundo empresarial impulsionado pela Inteligência Artificial (IA) é crucial que a liderança saiba cumprir bem o seu papel. Mais do que reagir, tarde ou cedo, a esta corrente inelutável de transformação, é determinante que ela seja compreendida, interiorizada e usada a nosso favor. Porque se não controlamos a mudança é sabido que a mudança nos acaba por controlar.
A primeira pergunta que um líder tem que fazer a si próprio é se sabe do que estamos a falar. Sem passo do conhecimento, o caminho é o da adivinhação. Não é isso que esperamos da liderança. Não tem de saber mais do que os técnicos, mas não pode tripular por palpite. Só assim está em condições de integrar o potencial da IA na sua visão estratégica. Isto pressupõe um elevado grau de abertura aos processos de mudança nos modelos de negócio.
Compreendendo a tecnologia e abraçando a mudança, o próximo passo é fazer escolhas. Aqui é importante não cair na tentação de avançar de qualquer maneira. As aplicações tecnológicas que vão ficando disponíveis exigem escrutínio e gestão ética. Pode até ser uma oportunidade de ouro para que as organizações reforcem a sua cultura de responsabilidade. No futuro as empresas serão tanto mais sustentáveis quanto mais assumirem padrões éticos exemplares.
Depois temos as pessoas. O alfa e o ómega de qualquer projeto empresarial. Aqui os líderes devem fomentar uma cultura organizacional que promova a cooperação inteligente entre tecnologia e as pessoas, identificando as áreas onde a IA pode complementar o potencial humano. Não se trata de substituir pessoas por máquinas. É mais pôr inteligentemente as máquinas ao serviço das pessoas Rui Fiolhais, Vice Presidente Wellow™ Group
Quais serão então as melhores estratégias para aproveitar o potencial da IA e a sua força transformadora? Desde logo investir nas tecnologias certas, o que passa por uma inevitável radiografia de todas as dimensões do modelo de negócio, identificando os processos e as ferramentas cujo desempenho pode ser potenciado. É um exercício que exige, entre outros ingredientes, uma grande dose de humildade.
A capacitação das equipas é outra dimensão de uma estratégia vencedora. Proporcionar formação adequada, tanto técnica como ética, que permita tirar partido das novas ferramentas. Como pressuposto temos o reforço de uma cultura de inovação e aprendizagem permanente. Com transparência e sem receios. Nunca foi tão necessário ser claro nos propósitos e humanista na preservação de uma cultura de segurança psicológica.
Nessa estratégia é determinante escolher as melhores companhias. Avançar com quem sabe e trabalhar em rede com organizações que prosseguem o mesmo caminho. Parcerias estratégicas podem fornecer insights valiosos e acesso a recursos que impulsionam o desenvolvimento tecnológico. Este não é um tempo para cavaleiros solitários. Esta é a hora de integrar fileiras de inovação.
Com uma assumida cultura de inovação e experimentação fica aberto o terreno para o teste de novas ideias, aprendendo com os erros e adaptando com agilidade a estratégia empresarial. Num ambiente complexo é determinante associar a esta estratégia uma cultura de diversidade. A multiplicidade de pensamentos e perspetivas sobre o papel do IA na organização é o melhor caminho para lidar com o mundo complexo em que estamos mergulhados.
A Inteligência Artificial exige acima de tudo lideranças inteligentes. Líderes empresariais capazes de abraçar a transformação digital, dotados de mentalidade estratégica, apostados no investimento em conhecimento técnico e promotores de uma cultura que valorize a articulação virtuosa entre a IA e as pessoas que integram os seus projetos empresariais. Só assim poderão colher os frutos das extraordinárias sementes que nos são confiadas.
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