A rápida evolução da Inteligência Artificial (IA) está a redefinir o cenário do mercado de trabalho, trazendo consigo desafios e oportunidades. A automação de tarefas, a necessária requalificação de trabalhadores e as mudanças na natureza das tarefas a realizar estão entre os aspetos mais significativos dessa transformação.
À medida que algoritmos avançados e sistemas automatizados ganham terreno, é certo que tarefas repetitivas e rotineiras serão cada vez mais delegadas à inteligência artificial. Catarina Lino
Por outro lado, a crescente utilização de GenAI em funções como marketing, customer service ou até desenvolvimento de produto/serviços leva o debate sobre o papel da AI em funções mais qualificadas. Independentemente do grau de qualificação da função, a oportunidade deste uso é a da eficiência. Se assente em competências e habilidades que maximizem a utilização regular de AI, teremos profissionais e empresas aptas a navegar por entre os condicionalismos tecnológicos e éticos desta poderosa ferramenta.
Assim, é óbvio que apenas poderemos enfrentar a automatização através da requalificação contínua de trabalhadores. Programas de formação e desenvolvimento de competências são vitais para equipar os profissionais com o conhecimento técnico e habilidades necessárias para se adaptarem às novas exigências do mercado. As empresas têm um papel crucial em apoiar e investir no desenvolvimento de suas equipas, a par do investimento na tecnologia, pois só assim conseguirão uma transição mais suave para novas funções e responsabilidades sem perder produtividade / eficiência nas entregas do dia-a-dia.
A utilização de GenAI para otimização de processos de recrutamento e seleção, gestão de carreiras e fidelização de talento é feita pelos dois lados da equação: não são só as empresas que se apoiam nestas ferramentas mas também os profissionais que valorizam o aporte de valor no seu quotidiano.
Este uso “democrático” do poder de análise de dados, de geração de texto, imagem e até da criação de planos de negócio ou mesmo de novas estratégias de desenvolvimento tem inerente um sentido de oportunidade tão impactante como o que veio com o uso generalizado de eletricidade ou da world wide web.
Está na ponta dos nossos dedos a hipótese de aceder a um potencial em espera de se cumprir – posso incluir uma fotografia de qualidade profissional no meu CV sem o custo inerente a uma sessão fotográfica, posso melhorar a minha sinopse do LinkedIN com uma versão robusta de um copy que me valorize, posso rever o meu CV para que seja melhor cotado pelo software de triagem utilizado por recrutadores e até consigo criar uma estratégia de networking que me posicione para “aquela” promoção. Comentários quanto à qualidade destes resultados comparados com os advindos de serviços profissionais serão confirmados ou vetados com a passagem do tempo e a sua utilização, mas o acesso imediato a soluções que permitem começar melhor posicionado já estão aqui, a uso e a impactar carreiras.
Assim, a reflexão sobre AI no mercado de trabalho leva-nos a uma conclusão de natureza “lapalissada”: este é um momento decisivo, em que as decisões de todos os utilizadores (existentes e potenciais), serão o fator que permitirá não apenas sobreviver, mas prosperar num ambiente de trabalho impulsionado pela inteligência artificial.
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